Nesta terça-feira (02), professoras e alunos do 1º ano A, B e 4º A realizaram nos períodos da manhã e tarde um ato para o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Para ampliar o entendimento das crianças acerca do tema, a ENSA convidou a psicóloga Elenir R. B. Schuchardt, especialista na área, juntamente com a professora Rosana Leal – ambas da APAE -, para uma fala sobre autismo e inclusão. As educadoras Betânia Pedrotti e Édina Zanutto também criaram um painel com frases sobre autismo e inclusão, transmitiram aos estudantes do Ensino Fundamental um vídeo da Turma da Mônica com o personagem autista André e cantaram uma música com as crianças para homenagear os dois alunos da instituição que têm o Transtorno do Espectro Autista (TEA).


A educação inclusiva da Ensa
Para melhor atender as necessidades dos dois alunos autistas, a ENSA oferece um serviço educacional inclusivo. Nesse sentido, a coordenação pedagógica explica que o processo educativo é adaptado de acordo com o nível de autismo apresentado pela criança. “No caso de nossos dois estudantes, enquanto um tem acesso à sala de recursos multifuncionais, o outro tem acompanhante especializada, isto é, uma profissional capacitada para dar suporte à professora em sala de aula”.
A educadora Édina Zanutto comenta que a acompanhante especializada é um diferencial muito importante para a dinâmica da sala de aula, em especial para o aluno autista. “Além de todo o auxílio prestado na execução das atividades escolares, é a acompanhante especializada quem faz a mediação da criança autista com a professora e os colegas, permitindo seu pleno desenvolvimento no espaço escolar”, destaca.

O que é o autismo, como detectá-la e qual o diagnóstico?
O autismo é um transtorno do desenvolvimento causado por uma desordem neurológica genética, em que a criança já nasce com ela. O comportamento autista começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo vivam com essa condição, sendo 2 milhões delas no Brasil. Embora algumas pessoas possam ter uma vida independente, outras têm graves incapacidades e demandam cuidados e apoio ao longo da vida.
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS- Brasil) relata que o TEA é classificado por níveis leve, moderado ou severo, o qual pode ser observado três características fundamentais:
- Dificuldade para interagir socialmente;
- Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
- Comportamento restritivo e repetitivo.
Apesar de as pesquisas avançarem constantemente, até o momento, não há cura para o autismo. Contudo, é possível fazer diagnóstico e tratamento. Schuchardt explica que ambos são realizados por uma equipe multidisciplinar composta por terapeuta ocupacional, neurologista, psicólogo e fonoaudiologista. “O diagnóstico é clínico e pode ser realizado logo que os pais perceberem algum comportamento que se enquadre com o do transtorno. Quanto antes iniciarem o tratamento, melhor será a adaptação da criança no meio familiar e escolar, inclusive, o comportamento autista também ficará mais ameno e ela terá desenvolvido mais independência, garantindo assim mais qualidade de vida”.

O que fazer em caso de suspeita de autismo?
O primeiro passo é conversar com alguém de sua confiança, seja a coordenação pedagógica da escola da criança ou um médico que poderá fazer o encaminhamento para o especialista. Em Iporã, os pais também podem ir à APAE e agendar um horário para avaliação.

É muito importante que em caso de suspeita os pais busquem informações e apoio para não sentirem dúvidas ou medo. Em todo o mundo, as pessoas com transtorno do espectro autista são frequentemente sujeitas à estigmatização e discriminação, justamente porque ainda há muita desinformação acerca desse transtorno. Por isso que, em 2007, a ONU criou o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, para que a pessoa autista tenha visibilidade massiva, ajudando conscientizar a sociedade em um todo. No Brasil a data foi criada recentemente, em abril de 2018. “Atos como os de hoje é uma forma de sensibilizar toda a comunidade escolar para algo que merece a nossa atenção e o nosso cuidado. Quanto mais informação disseminarmos, mais capazes seremos de construir um mundo mais consciente, solidário e acolhedor”, finalizou a Irmã Hilda Stefani.

